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Controle de Carrapatos: Entendendo o Impacto e as Melhores Práticas

Coopermais

O carrapato Rhipicephalus microplus, um ácaro originário da Ásia há cerca de 250 milhões de anos, é um parasita que causa graves problemas para a pecuária. Os danos provocados por esses parasitas estão associados à sua grande ingestão de sangue, estresse nos animais e inflamação no local da picada, causada pela saliva tóxica que previne a coagulação do sangue. Além disso, o carrapato é vetor de doenças como a babesiose e a anaplasmose, também conhecida como Tristeza Parasitária Bovina.

A ocorrência do carrapato acontece mais nas épocas quentes do ano, iniciando normalmente após as primeiras chuvas da primavera, uma vez que umidade e calor adequado são ideais para presença do parasito. O ciclo de vida do carrapato é complexo e pode durar até 150 dias. Aqui está um resumo das fases principais:

1. Postura de Ovos: tudo começa com a fêmea repleta de sangue (teleógena) que cai do bovino no pasto e após 4 dias deposita cerca de 3 mil ovos no solo. Ela escolhe locais com umidade e sombra adequadas.

2. Desenvolvimento das Larvas: após um mês os ovos eclodem em larvas, e estas podem sobreviver até 90 dias no pasto.

3. Infestação: ao encontrar um bovino através do reconhecimento térmico e químico, as larvas se alimentam de sangue, transformam-se em ninfas e posteriormente em adultos, onde se diferenciam entre machos e fêmeas.

4. Reprodução: Os machos fecundam as fêmeas durante até 3 meses. As fêmeas fecundadas alimentam-se até ficarem repletas de sangue e, em seguida, caem no solo para deposição dos ovos.

O impacto econômico com a presença do carrapato é causado pela redução na produção de leite e carne, baixo desempenho reprodutivo, impacto no bem-estar animal, além da mortalidade animal que pode acontecer.

Para controlar a infestação de carrapatos, recomenda-se uma abordagem integrada. Embora o repouso das pastagens por pelo menos 90 dias seja ideal para o controle, essa prática é inviável em sistemas de rotação de pastagens. Uma alternativa eficaz é o consórcio agricultura-pecuária, que possibilita um controle mais eficiente do parasita no ambiente.

Algumas raças bovinas mostram diferentes níveis de resistência ao carrapato, entre elas, holandesas e jerseys são as mais suscetíveis, a raça girolando está em processo de adaptação, enquanto raças zebuínas como a nelore, possuem uma defesa natural, em que a pele “treme” e derruba grande parte dos carrapatos quando sobem, por isso, acabam se tornando mais resistentes.

Tratamentos químicos também podem ser utilizados e devem ser recomendados por médico veterinário responsável da propriedade. Independente do produto escolhido é crucial seguir as instruções do rótulo usando a dosagem correta. Para banhos, deve-se aplicar pelo menos 4 a 5 litros de solução por animal, garantindo que o volume recomendado seja efetivamente aplicado. A frequência ideal seria 5 a 6 tratamentos anuais no máximo, no entanto, em casos de alta incidência pode ser necessário aumentar a frequência.

O controle eficaz dos carrapatos requer uma combinação de estratégias de manejo e tratamentos químicos. A adoção de práticas recomendadas e o monitoramento contínuo são essenciais para minimizar os danos e as perdas econômicas associadas a esses parasitas.



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