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Coopermais

Nutrição adequada é fundamental para a produção leiteira

Logo após a parição, vacas leiteiras enfrentam um grande desafio fisiológico e nutricional: produzir leite ao mesmo tempo em que a demanda por nutrientes e energia aumenta! Nessa condição a vaca não consegue ingerir quantidade de alimento suficiente para atender a sua demanda e passa a mobilizar reservas corporais, principalmente de gordura, para manter a lactação. Essa adaptação fisiológica é chamada de balanço energético negativo (BEN), já ouviu falar sobre isso? Pois então, geralmente ele se mantém até que a vaca atinja o pico de lactação, que deve ocorrer entre 60 e 90 dias pós-parto. Para vacas que produzem 20 a 40 L/dia de leite, a perda de peso neste período pode variar de 12 a 70 kg. Daí a importância de as vacas parirem com boa condição corporal (3,5 a 3,75 pontos em escala de 5,0 pontos) para que tenham reserva de gordura corporal para mobilizar no início da lactação. Devemos lembrar, também, que a vaca deve ser coberta ou inseminada até 90 dias pós-parto para que apresente uma lactação por ano durante a sua vida produtiva. Ainda, quanto mais intenso for o BEN, ou seja, quanto menor for a ingestão de alimento no início da lactação, mais dificuldade a vaca terá para produzir leite e para se recuperar para a nova cobrição.

Diante deste desafio, existe alguma prática que pode ser adotada para reduzir a mobilização da reserva de gordura corporal e manter uma boa produção leiteira durante a lactação? A resposta é: Sim! Particularmente no início da lactação, a diminuição da ingestão de fibra a partir da forragem e o aumento da ingestão de energia e nutrientes a partir dos alimentos concentrados (milho grão triturado ou moído, farelo de soja, farelo de trigo...) ajuda a diminuir a intensidade do BEN. Para vacas de alta produção (acima de 35 L/dia) mantidas em sistemas intensivos, é comum fornecer rações bem balanceadas contendo 40-50% de volumoso e 50-60% de concentrado, buscando alcançar um ponto de equilíbrio entre manutenção da produção leiteira e baixa intensidade do BEN no início da lactação. Já para vacas de baixa a média produção (15 a 25 L/dia) mantidas em sistemas extensivos e semi-intensivos, nos quais se utiliza a pastagem como base alimentar do rebanho, menor quantidade de concentrado poderá ser fornecida. No entanto, é importante ressaltar que o balanceamento da ração e a quantidade de concentrado a ser fornecida deve ser definido com base no peso e escore de condição corporal, padrão racial e produção de leite das vacas. Por isso, o suporte técnico fornecido por profissionais capacitados (agrônomos, médicos veterinários e zootecnistas), com domínio em nutrição de vacas leiteiras, é fundamental para obter bons índices produtivos, aumentando a longevidade produtiva das vacas no rebanho.


Prof. Dr. Sergio Rodrigo Fernandes – sergio.fernandes@uel.br


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