Cetose em Vacas Leiteiras: Impactos na Saúde e Produção, Diagnóstico e Prevenção
- Coopermais
- 31 de mar.
- 3 min de leitura
A cetose é um distúrbio metabólico, que acomete principalmente fêmeas em período pós-parto. Essa afecção se desenvolve devido à alta demanda energética e a baixa ingestão de energia, propiciando um balanço energético negativo. Devido a falta de energia proveniente da dieta, faz com que haja a necessidade da mobilização do tecido gorduroso, que é convertido em corpos cetônicos, que irão suprir a falta da glicose no organismo. O acúmulo desses corpos cetônicos na circulação causam sintomas que trazem grandes impactos na saúde desse animal, podendo chegar a causar perdas econômicas para o produtor.
A cetose poder ser dividida em cetose por subconsumo (tipo l), cetose espontânea (tipo ll) e cetose alimentar, também chamada de toxicose butírica. A cetose por subconsumo ou cetose tipo l, ocorre quando há um déficit energético por subconsumo alimentar, ou seja, não recebe a quantidade suficiente de caloria necessárias para atender a demanda de glicose. A cetose espontânea ou cetose tipo ll, está associada a um quadro de balanço energético negativo pós-parto associada a obesidade, ocasionando uma esteatose hepática, nessa condição os animais são mais predisponentes a mobilizar gordura em casos de balanço energético negativo. Já a cetose alimentar ou toxicose butírica, ocorre quando os animais são alimentados com uma dieta com alta concentração de butirato, como por exemplo, fornecimento de feno mal conservado, em decomposição, tendo assim uma excessiva produção de corpos cetônicos.
Os sinais clínicos se apresentam como redução na ingestão alimentar ou o animal para de consumir qualquer alimento, levando a fraqueza muscular, depressão, queda na produção de leite ou a não produção, além de poder evoluir para sinais neurológicos, como auto auscultação, o animal fica pouco responsivo aos estímulos ambientais e pressão da cabeça contra objetos. Em casos de cetose subclínica, pode haver a redução na ingestão alimentar, queda na produção de leite e o quadro reprodutivo do animal fica comprometido, aumentando o intervalo entre partos e reduzindo a taxa de concepção.
O diagnóstico pode ser realizado com associação dos sinais clínicos e teste de cetose, que pode ser medida por meio da urina, do sangue e do leite. Porém o teste rápido mais assertivo é o teste da mensuração do B-hidroxibutirato (BHB), que é o principal corpo cetônico encontrado no sangue. Os níveis de cetose podem se apresentar abaixo de 1,2 mmol/L, sendo considerados normais, entre 1,2mmol/L e 2,7mmol/L considerados como cetose subclínica e os níveis acima de 2,7 mmol/L associado a sinais clínicos, é classificado como cetose clínica (Seguir os parâmetros de acordo com a fita utilizada para o teste).
O tratamento para cetose visa restaurar o equilíbrio energético do animal e reduzir os níveis de corpos cetônicos. O tratamento deve ser recomendado pelo médico veterinário responsável e pode incluir administração de glicose e propilenoglicol ajudando a reduzir a produção de corpos cetônicos, fornecimento de energia necessária o animal, ajuste da dieta, uso de corticoides em casos necessários e uso o tratamento de outros doenças concomitantes que estejam acometendo o animal e agravando o quadro.
A prevenção é essencial e muito semelhante ao tratamento, conta com a o ajuste da dieta, especialmente pré-parto e pós-parto, o controle de estresse ambiental e uso aditivos, como o propilenoglicol via oral.
A cetose é uma afecção muito comum e recorrente em muitas propriedades de vacas leiteiras, reduzindo significativamente seus índices zootécnicos. Dessa forma, é muito importante que seja feito o diagnóstico precoce e tratamento adequado para reduzir os impactos que traz para a produção. Porém, com práticas preventivas, é possível evitar esse distúrbio, por meio do uso de dietas equilibradas, formuladas de acordo com o período produtivos em que a fêmea se encontra, evitando os prejuízos econômicos para o produtor e os danos na saúde dos animais da propriedade.

Comments