Leptospirose: um vilão silencioso no rebanho leiteiro
- Coopermais
- 30 de abr.
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A leptospirose bovina é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira, sendo o sorovar hardjo o principal responsável por infecções em bovinos. Essa enfermidade representa um grande desafio para a pecuária leiteira, devido às perdas econômicas associadas a abortos, queda na produção de leite, aumento nos custos com tratamentos e, principalmente, por se tratar de uma zoonose — ou seja, pode ser transmitida dos animais para os seres humanos.
Como ocorre a transmissão da leptospirose
A bactéria é eliminada pela urina de animais infectados, principalmente ratos, que são portadores assintomáticos. A contaminação ocorre pelo contato com água, alimentos ou materiais infectados. Um ponto crítico nas propriedades leiteiras é o armazenamento inadequado da ração, que atrai roedores. Esses, ao se alimentarem no local, urinam sobre a ração, contaminando o ambiente e representando um risco direto ao rebanho.
Outros pontos de atenção são os utensílios utilizados na reprodução, como implantes hormonais de inseminação artificial (IA), que quando armazenados em locais abertos, podem ser contaminados pelo contato com roedores.
Entretanto, a principal via de transmissão está entre os próprios bovinos. A urina dos animais contaminados pode infectar bebedouros, pastagens, açudes e lagos, onde o rebanho tem acesso livre. Além disso, o contágio pode ocorrer também pelo contato com leite, secreções uterinas e fetos abortados.
Manifestações clínicas da doença
A leptospirose pode se manifestar de duas formas:
Forma aguda: mais comum em bezerros, apresenta sinais como febre, apatia, perda de apetite, dificuldade respiratória, perda de peso, nefrite (inflamação dos rins) e septicemia (infecção generalizada).
Forma crônica: mais frequente nos animais adultos, se manifesta principalmente por distúrbios reprodutivos como abortos no final da gestação, repetição de cios, natimortos, morte neonatal e falhas reprodutivas recorrentes.
Diagnóstico e prevenção
O diagnóstico padrão é feito por meio do Teste de Aglutinação Microscópica (MAT), que detecta anticorpos específicos contra a bactéria no soro sanguíneo do animal.
Entretanto, a melhor forma de combater a leptospirose é a prevenção. A vacinação é altamente recomendada a cada seis meses, podendo ser realizada em intervalos menores (3 a 4 meses) em regiões com alta incidência.
Além da vacinação, outras medidas de controle são fundamentais:
Armazenar ração e materiais de reprodução em locais fechados e à prova de roedores;
Realizar controle efetivo de roedores na propriedade;
Manter a higiene geral das instalações, evitando acúmulo de sujeiras;
Restringir o acesso dos animais a fontes naturais de água como açudes e lagos;
Monitorar sinais clínicos e realizar diagnóstico precoce.

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